Como vão?!
Se assustaram com o título da postagem?
Pois é isso mesmo! Sexta-feira eu fiz uma cirurgia para retirar uns cistos e foi necessário tirar meus dois ovários. Eu já estava ciente de que isso poderia acontecer, inclusive meu médico havia me sugerido fazer congelamento de óvulos. Após muito conversar com meu marido decidimos não fazer, pois é um tratamento complicado, com efeitos colaterais, e que atrasaria muito minha cirurgia (que tinha caráter de urgência). Se eu não tivesse todo o meu histórico de saúde (ou falta dela), eu teria feito sim.
Enfim, cheguei em casa ontem e corri pra pesquisar na net o que isso ocasionaria. Já sabia que teria que fazer reposição hormonal, ou não, o que será uma decisão minha, mas e aí?
Aí o susto!! Estou com o que eles chamam de menopausa cirúrgica. Possivelmente sentirei todos os sintomas da menopausa, como ondas de calor e frio, mau humor e uma lista imensa que nem sei dizer. E o pior, os efeitos são imediatos à retirada dos ovários, já que meu corpo não produz mais estrógeno e progesterona.
Fui ligando os fatos e entendi o porque de principalmente à noite, eu estar cobrindo e descobrindo, alternando sensações de frio e calor...
Bom, estou calma, mas ao mesmo tempo com a cabeça fervilhando, pois quanto mais a gente pesquisa, mais dúvidas a gente tem. Parece que há uma divisão de opiniões em relação a fazer ou não a tal reposição de hormônios. Estou me sentindo "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come", ou que " estou num mato sem cachorro"! rsrsrs
O que fazerrrrrr?! E tem a questão de não poder engravidar. Mas já estava preparada pra isso, sempre fui muito tranquila em relação à adoção. As biópsias ficam prontas daqui alguns dias, os médicos suspeitam de metástase do câncer de intestino que tive há dois anos.
Só sei que não somos donos da nossa própria vida, mas os únicos responsáveis por nossas escolhas. E o nosso futuro? Só a Deus pertence!! Assim, gente, estou tranquila, confiante, só estou achando muita informação nova pra digerir. Hoje a vida da gente está de um jeito e amanhã ela pode estar de cabeça pra baixo!! Vai saber...
Agora um presentinho que fiz com todo carinho para vocês!!! (e pra mim!!):
Beijo, beijo, beijo!!!!
Atualizado: 29/10/14
Oi, meninas!!!
Como vão?!
Por aqui tudo na paz, graças a Deus!
Tenho recebido, muitas perguntas sobre o que mudou na minha vida depois que fiz essa cirurgia. Sei que não encontramos muita informação sobre isso, tanto na net, quanto com os próprios médicos. Então, embora eu esteja afastada do blog por um tempo, resolvi vir aqui contar pra vocês o que aconteceu comigo.
Bem, no meu caso foi metástase mesmo. Então tive que fazer mais 6 meses de quimioterapia.
Sei que no primeiro momento nos assustamos com a notícia de se ter de fazer uma histerectomia, mas uma coisa é importante: não nos revoltarmos. Sou espírita, mas independente da sua crença, é preciso compreender que nada nos acontece por acaso, tudo está dentro do programa Divino para nossa vida. Se lamentar, xingar, deprimir, de nada vai ajudá-las, muito pelo contrário, irá atrapalhar muito a adaptação de vocês. Sei que é difícil e que é natural sentirmos uma certa tristeza por isso tudo, mas é imperioso dar a volta por cima. Sacudir a poeira, sabem?! E isso, meus amores, só depende de cada uma de vocês.
Muita coisa muda na nossa vida após a cirurgia, e toda mudança requer uma adaptação e no início tende a ser mais difícil. Portanto é muito importante estarem cercadas de quem vocês amam - família, amigos, animais - e de continuar fazendo o que vocês gostam - passear, namorar, artesanato, trabalhar, dançar, etc. Vocês precisarão sentir-se seguras, amadas e protegidas. Lembrem-se sempre das preces diárias. Vocês dispensarão a partir de agora mais cuidado com seu corpo físico, mas não devem jamais de se esquecerem dos cuidados ao espírito, e a fé é nosso maior sustento.
Ressalto que os sintomas podem variar para cada pessoa, mas comigo foi assim:
-muitíssima alteração de sensações térmicas, ora sentia frio, ora calor. O calor vem com os conhecidos "fogachos";
-diminuição de desejo sexual;
-secura vaginal.
Basicamente isso. Hoje tudo encontra-se dentro da normalidade. Para os calorões estou tomando o remédio Aplause (cimicifuga recemosa) e paroxetina, que é um antidepressivo, mas há estudos que relatam a sua eficácia no combate a essas sensações de calor, e pra mim tem sido ótimo. Mas é imprescindível consultarem um médico sobre o melhor medicamento para cada uma de vocês e não se automedicar jamais. Uma coisa fácil e natural que também me ajudou muito, foi o chá de amora. Fiz até um post sobre esse chá milagroso. Vejam AQUI. Quanto à diminuição do desejo sexual é bem delicado, é preciso que conversem com o parceiro de vocês e que peçam um pouco de paciência. Meu marido é bastante compreensivo e me apoiou bastante nessa fase. Aos poucos as coisas vão se normalizando, mas será preciso um certo esforço de vocês, pois não é justo penalizar pra sempre o seu parceiro, né? É preciso que tenham calma, diálogo, cumplicidade e muito, muito amor. Em relação à secura vaginal, usei uma pomada de estrógeno, que foi muito boa, às vezes a uso ainda, então convém conversar sobre isso com o seu ginecologista.
Minha ginecologista também me orientou a:
-praticar atividade física (eu já fazia musculação e ela disse que eu não deveria ficar sem essa atividade de jeito nenhum, visto que nossa tendência é ficarmos flácidas mais rápido). Outra coisa, como paramos de produzir os hormônios femininos, o estrogênio e o progesterona, tendemos a acumular gordura no abdome e diminuir bumbum e perna, daí a necessidade de malhar. Não se esqueçam, porém, de contar sobre isso para o personal de vocês ou para o profissional que vai lhes orientar na academia;
-manter uma alimentação equilibrada;
-cuidar da pele, por causa de flacidez e envelhecimento precoce
-cuidar melhor dos cabelos.
Atualmente me encontro super bem. Não engordei nesse meio tempo, mas estou sem praticar atividade física devido à recuperação de outras cirurgias que tive de fazer esse ano, inclusive para retirada do útero. Quero voltar no início do ano que vem. Faço acompanhamento regular com ginecologista e tenho uma vida sexual normal com meu marido. Durmo bem, meu humor sempre foi ótimo e ainda não observei mudanças na pele.
Quanto à reposição hormonal, não sei dizer ao certo, acho que cada caso é um caso. Eu não faço, devido ao meu histórico de câncer. Mas confesso que não tem feito falta para mim, tenho conseguido me virar sem.
Uma coisa que não podemos descuidar é da auto-estima, da alegria e vontade de viver e do otimismo.
Quanto ao fato de não podermos mais engravidar, como já disse, pra mim foi tranquilo. Imagino que para outras pessoas talvez seja mais dolorido. Mas devemos atentar que mais sublime que gerar um bebê é ser MÃE. Isso ninguém pode tirar de nós. Há muitas crianças para serem adotadas. Ressalto a necessidade de pararmos de nos preocupar em demasia com a opinião dos outros, e sermos mais humildes também. Não se apeguem à estereótipos e rótulos. Não se limitem a querer adotar apenas bebês e da cor branca. As crianças não são como um balcão de mercearia onde pedimos tudo da forma que nos convém para atender aos nossos caprichos. Sejamos mais tolerantes. Não se apeguem às falsas crenças de que filhos adotivos maiores serão um problema. Tudo o que essas crianças precisam é amor. Pensemos nisso com carinho...ainda não sou mãe, mas tenho muita vontade de ter um filhinho. Porém não adianta desesperar. Muitas vezes o tempo de Deus não é o nosso. É preciso esperar a hora certa.
Meninas, espero muito ter ajudado de alguma forma. Qualquer dúvida me perguntem aqui ou mandem um email, que se eu puder ser útil, ficarei muito feliz. Esse espaço aqui é para trocarmos experiência e aprendermos juntas.
Um grande beijo no coração de vocês!!!
